Ninguém estava a contar, mas a verdade é que a vida também é
feita de imprevistos. Em 2020 aconteceu o que menos esperávamos
e desejávamos. A pandemia da Covid-19 tomou conta dos nossos
dias, condicionou as nossas ações, baralhou planos e forçou
novos caminhos. Foi um ano atípico que nos obrigou a reorientar
a nossa planificação para uma pronta resposta às necessidades
forçadas pela crise pandémica. Fomos céleres a agir e isso foi
devidamente reconhecido pela ONU e pela OCDE que apontaram Famalicão
como um exemplo na introdução de medidas consideradas inovadoras
e recomendadas para resposta à Covid-19. O relatório "Impacto
das medidas adotadas no âmbito da COVID-19 nas entidades da
Administração Local do Continente", apresentado em janeiro pelo
Tribunal de Contas, revelou que Vila Nova de Famalicão foi o
segundo município da região Norte e o oitavo do país que, entre
março e setembro de 2020, mais investiu em ações de combate
e prevenção à pandemia.
A eficácia da gestão pública também se mede por aqui. Pela capacidade
de resposta a situações inesperadas, sobretudo quando são causa
de alterações significativas nas dinâmicas sociais, económicas
e comunitárias com impactos diretos na vida das pessoas. Foi
o que fizemos com a ativação do Plano de Reação à Situação Epidémica
e de Intervenção Social e Económica que foi evoluindo à medida
das circunstâncias ditadas pela situação pandémica e das necessidades
por ela desencadeada.
Fizemos o que tínhamos que fazer e fizemo-lo bem! Muitas das
verbas previstas para a realização de dinâmicas socioculturais
que não se realizaram foram alocadas às áreas social e da saúde
para resposta à pandemia. Contudo, não deixámos que as pessoas
ficassem sem o acompanhamento de proximidade social, cultural
e desportivo a que estavam habituados e fomos até às suas casas
com recurso às novas tecnologias. Estivemos junto delas numa
situação absolutamente excecional, dando-lhes as condições necessárias
para se manterem com um espírito positivo. Simultaneamente,
com esta estratégia conservámos ativos muitos dos nossos agentes,
sobretudo culturais, que mantiveram assim atividade. Foi precisamente
nesse sentido que os vinte e três representantes de associações
culturais que integram o Conselho Municipal de Cultura reconheceram
publicamente "todo o apoio, dinâmica e empenho que o Município
de Famalicão teve para com as estruturas, associações e movimentos
culturais do concelho em 2020, durante a pandemia".
Mas 2020 não ficou marcado em Famalicão apenas pela pandemia
da Covid-19. O trabalho desenvolvido ao longo do Quadro Comunitário
de Apoio Portugal 2020 - desenvolver projetos enquadráveis,
submeter candidaturas, abrir concursos públicos, adjudicar empreitadas
- fez com que se concentrassem neste ano a grande maioria dos
resultados práticos. Foi assim que se deu o avanço de um conjunto
muito significativo de intervenções estruturantes em Famalicão
que estão a renovar o concelho e a alavancá-lo para um novo
paradigma na relação entre as pessoas e o espaço urbano.
A realização de obras materiais e imateriais nas freguesias,
de dimensão desportiva, educativa, cultural, social, infraestrutural,
foi permanente e constante ao longo do ano, em estreita colaboração
com as Juntas de Freguesia, assegurando um contínuo desenvolvimento
do território e qualidade de vida à sua população.
Vila Nova de Famalicão, 20 de maio de 2021
O
Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão
Paulo
Cunha, Dr.
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