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Obra Política de Bernardino Machado lançada sexta-feira

12-12-2018
É já nesta sexta-feira, 14 de dezembro, pelas 21h30, que será lançado o tomo VII, (1ª Parte) da Obra Política de Bernardino Machado que mostra um dos períodos menos conhecidos do seu percurso político, ou seja, o que decorre entre 1921 e 1926.
A apresentação decorre na Sala Júlio Machado Vaz, do Museu Bernardino Machado e conta com as presenças do professor da Universidade Católica do Porto, António José Queiroz e do Coordenador Científico do Museu Bernardino Machado, Doutor Norberto Cunha. A sessão é de entrada gratuita e o público presente será brindado com a oferta do livro.
Entre 1921 e 1926, Bernardino Machado chefiou, durante alguns meses, um Governo trans-partidário (que foi derrubado em Maio de 1921, através de um golpe militar); sucedeu-lhe um Governo de transição, até às eleições de Junho, chefiado pelo liberal Barros Queiroz, convidado pelo Presidente da República e apoiado pelo Partido Democrático. Após as eleições e com uma maioria escassa no Parlamento, o Governo caiu para dar lugar a um outro, da mesma cor politica (liberal), chefiado por António Granjo. Mas este Governo assim como os maiores partidos que o apoiavam – o Partido Liberal e o Partido Democrático – persistiam numa prática politica cada vez mais afastada dos seus eleitores e mais centrada na sustentação e solidez do seu "rotativismo". Esta dissociação entre o poder politico e os partidos, por um lado, e o povo por outro, contribuiu para a tragédia da Noite Sagrenta de 19 de Outubro, em que foram assassinados Granjo, Machado Santos e Carlos da Maia. O poder foi, então, entregue a Manuel Maria Coelho (que conspirava já pelo derrube do Governo, mas sem quaisquer ligações aos fautores da Noite Sangrenta); depois de algumas semanas de turbulência governativa, foi chamado a presidir ao Ministério, Cunha Leal, que, apesar dos esforços feitos para controlar e manipular a favor da "sua politica", as eleições de Fevereiro de 1922, as veio a perder, reentrando-se num período de normalidade constitucional, com a vitória do Partido Democrático e o Governo que se lhe seguiu, chefiado por António Maria da Silva. Embora Bernardino Machado não tenha tido neste período uma intensa atividade política (salvo no período em que presidiu ao Ministério) escreveu importantes textos, na imprensa periódica, quer doutrinais quer sobre a situação politica (que ia acompanhando) e que até ao presente caíram no esquecimento. Por todas estas razões é, certamente, um dos mais interessantes volumes da sua Obra Politica.
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