O projeto de reabilitação da Quinta de Delães, vencedor da quarta edição do prémio de arquitetura Januário Godinho, e o projeto de recuperação do edifício da sede do Crédito Agrícola do Médio Ave, que mereceu menção honrosa do júri do concurso, são
“bons exemplos” da reabilitação urbana que preserva a memória dos edifícios e a arquitetura, requalificando o edificado, assinalou Mário Passos, presidente da Câmara Municipal, na entrega do prémio.
Promovido pela empresa Courtesywizard, o projeto de reabilitação da Quinta de Delães procurou manter a traça do projeto inicial do espaço, datado de 1958 e da autoria do arquiteto Mário Abreu. “Foi um cuidado que tivemos (em repor e reabilitar dentro dos parâmetros originais) até porque percebemos desde logo o valor do projeto inicial do edifício, construído em harmonia com toda a envolvente” referiu Manuel Reis Campos, que adquiriu a quinta e a recuperou.
Engenheiro de profissão, Manuel Reis Campos assinalou a valia do prémio Januário Godinho “que reconhece não só a valorização do património, mas também de todos aqueles que intervêm no processo de reabilitação urbana”.
O Prémio Januário Godinho, com um valor monetário de 7 mil euros, foi criado em 2017 com o objetivo de promover a salvaguarda e valorização do património edificado do concelho de Famalicão, assim como promover a divulgação do trabalho desenvolvido por projetistas, construtores e promotores, atribuído com frequência bienal.
Neste caso, como não houve intervenção de uma equipa de projetistas, o valor entregue ao promotor foi de 2 mil euros, conforme o estabelecido no regulamento do galardão.
Foram quatros os projetos a concurso, obras concretizadas no concelho de Famalicão, entre 2021e 2023, e além do projeto vencedor foi ainda atribuída pelo júri do concurso Menção Honrosa ao projeto de recuperação do edifício da sede do Crédito Agrícola do Médio Ave, localizado no centro da cidade de Famalicão.
Também aqui houve um cuidado particular na preservação do espaço “numa obra complexa, mas onde conseguimos valorizar a memória do edifício, que agora devolvemos à cidade para que dele possam usufruir como espaço de diferentes iniciativas” enumerou Germano Abreu, presidente do conselho de administração da Caixa de Crédito Agrícola do Médio Ave.
Recorde-se que Januário Godinho foi figura incontornável da arquitetura moderna portuguesa, e em Vila Nova de Famalicão deixou alguns exemplos desta visão, de que se destaca o edifício dos Paços do Concelho e o antigo Tribunal.
“Queremos através deste prémio reconhecer a obra de Januário Godinho mas também contagiar pela exemplaridade, para que o processo de intervenção na reabilitação urbana preserve a memória dos edifícios, valorize a arquitetura e a intervenção no espaço público” acrescentou Mário Passos.