Cerca de 27 instituições, entre as quais 14 autarquias do Norte de Portugal, uniram esforços para celebrar a vida e a obra de Camilo Castelo Branco.
O protocolo de colaboração, no âmbito das comemorações do bicentenário do nascimento do escritor, foi celebrado esta quinta-feira, 16 de janeiro, em Seide S. Miguel (Vila Nova de Famalicão), precisamente na casa onde viveu com Ana Plácido e os seus filhos, desde o inverno de 1863 até a sua morte em 1890.
“A obra e genialidade de Camilo Castelo Branco ultrapassam as fronteiras de Famalicão” destaca o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Mário Passos, que marcou presença na formalização desta parceria, que aconteceu na Casa-Museu de Camilo.
“Este protocolo mobiliza a região Norte, um território fortemente ligado à sua vida e obra, para as comemorações do bicentenário do nascimento de um génio da literatura e da língua portuguesa. (…) Vai permitir dar-lhe um novo fôlego e desenvolver condições para que a sua memória permaneça viva e as suas obras conquistem novos leitores” referiu o edil.
O ato público de constituição, promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), contou com a presença de representantes de 14 municípios, universidades e entidades ligadas à cultura, literatura, jornalismo e turismo do Norte de Portugal.
“Esta constelação de instituições, aqui presente, é símbolo e testemunho da memória e da presença reticulada, mas muito abrangente, de Camilo na gerência nortenha, e uma força esperançosa nas comemorações do bicentenário (…) o mapa do Norte confunde com a geografia literária e com a vida de Camilo Castelo Branco”, mencionou o presidente da CCDR Norte, António Cunha, que também deu nota do local escolhido para a formalização deste compromisso coletivo. “Seide tem uma aura muito especial”, destacou, comentando que a CCDRN continuará a mobilizar esforços junto da Direção-Geral do Património Cultural, para que a criação de “zona especial de proteção da Casa de Camilo” se torne uma realidade.
Já o vice-presidente da CCDR NORTE para as áreas da Cultura e Património, Jorge Sobrado, aproveitou a ocasião para salientar que “o objetivo primordial de uma efeméride como esta, é a de conquistar leitores, despertar e formar novos camilianos (…) a região (Norte) está unida e reconhece Camilo Castelo Branco como o seu grande cartógrafo simbólico”. Jorge Sobrado informou que o plano das comemorações vai passar pela dinamização de novos atos de criação artística, dando como exemplos uma longa-metragem, produzida por Paulo Branco, em torno de “Memórias do Cárcere”, um espetáculo de dança inspirado em vários quadros da vida e obra de Camilo, uma ópera original inspirada em “Amor de Perdição” e a reedição de obras camilianas. Uma “programação cultural democrática e popular, para todos (…) a CCDR Norte nunca fará sozinha qualquer iniciativa, será sempre numa atitude de colaboração, numa lógica de itinerância e de coprodução”, destacou.
Refira-se que, através deste protocolo, cuja coordenação está a cargo da CCDR Norte e envolve perto de três dezenas de instituições nortenhas, pretende-se promover uma cooperação interinstitucional, tendo em vista a organização, dinamização e promoção, na Região Norte, de uma agenda partilhada e integrada de iniciativas culturais, artísticas, científicas e de divulgação da vida e obra de Camilo Castelo Branco, no âmbito do bicentenário do seu nascimento, a realizar predominantemente entre 16 de março de 2025 e 16 de março de 2026.
O projeto coletivo, sob o crivo “Camilo 200 a Norte”, pode ser acompanhado nas redes sociais (@camiloanorte200) e no site que será criado em breve.