“Sou muito feliz a fazer o que faço”. É a resposta pronta de Pedro Carreira sobre o seu percurso na Continental, onde começou em 1988 -
“ainda era Mabor” - como engenheiro estagiário e onde hoje ocupa é Presidente do Conselho de Administração.
Pelo meio teve incursões pelo Brasil, onde liderou a instalação de duas fábricas, e pela Roménia, na unidade de produção da Continental naquele país. Regressou ao ponto de partida em 2013 para assumir a direção do projeto da Continental, em Lousado, Vila Nova de Famalicão.
Diz-se afortunado por ter “encontrado sempre as pessoas certas e ter o alinhamento das chefias e de toda uma equipa para concretizar os desafios”, sem esconder a satisfação pelo percurso realizado.
Foi sob a sua liderança que a fábrica de Famalicão se tornou líder do grupo em volume de produção e a número 1 na produção de pneus ligeiros.
“Fomos número 1, por seis anos seguidos, e ainda nenhuma fábrica conseguiu repetir a façanha”.
A este reconhecimento junta-se o investimento da empresa alemã em Famalicão. “Nos últimos doze anos temos investido mais que nos vinte e cinco anos anteriores”, lembra Pedro Carreira.
Estas são algumas das razões que levaram o Presidente da Câmara de Famalicão, Mário Passos, à Continental, num reconhecimento a Pedro Carreira como um dos “Rostos de Famalicão Região Empreendedora Europeia”.
Hoje, a Continental totaliza quase 3 mil trabalhadores e a estratégia de investimentos da empresa em Lousado (cerca de 200 milhões de euros nos últimos anos) tem sido feita em equipamentos, na automatização, em novos armazéns e nos recursos humanos.
“Vamos continuar a investir na transformação digital da empresa e estamos a investir quase 100 milhões de euros em automação até 2026, em projetos de inovação e novas tecnologias”.
A sustentabilidade é outra parte do investimento estrutural da empresa, que está a instalar painéis solares e fachadas de aproveitamento de energia.
Fruto da audácia e da qualidade dos quadros da fábrica de Lousado tem sido possível captar investimentos de valor acrescentado, como o centro de desenvolvimento de soluções para o Grupo Continental ou o Continental Engineering Service, e ainda o centro de desenvolvimento de soluções informáticas só para pneus “que já tem 100 pessoas e provavelmente vai transformar-se 4, 5, 6 vezes maior do que isso”.
Sobre o reconhecimento, Pedro Carreira partilha-o com os colaboradores. “É preciso ter o apoio da equipa para, quando lançamos projetos, eles os agarrarem”. O capital humano e o planeamento são o que Pedro Carreira aponta como pontos chaves do crescimento da empresa. “Gosto muito de planear a 10 anos. E não me importo de todos os meses mudar esse plano”.
E esta gestão tem resultado. “Sempre que nós temos projetos que não são aprovados no imediato - e mais de 50% deles são aprovados no imediato - passados cinco ou seis meses, às vezes dizem-nos, ‘olha, e aquele projeto que vocês tinham? Avança!’, porque na Alemanha sabem que temos o projeto, que está estudado, temos as pessoas, temos os recursos e estamos prontos a executar”.
A isto, Pedro Carreira junta a localização estratégica da fábrica de Lousado. “Num raio de 30 km, estamos ao pé de várias universidades, que nos permite recrutar recursos de qualidade. E essa é uma vantagem brutal”.
Mário Passos deixou o elogio à gestão e à dinâmica que a Continental tem registado. Um exemplo do Famalicão Made IN, de uma unidade claramente vocacionada para produção que se soube também transformar numa fábrica de desenvolvimento, no Created IN.
“É permanente o investimento, o desenvolvimento e há constantes desafios a que a empresa em Lousado tem respondido com projeção para o que são as diferentes unidades do grupo Continental espalhadas pelo mundo”.
Recorde-se que ao longo deste ano e através do Roteiro “Os Rostos da EER”, Mário Passos tem dado a conhecer muitos dos nomes que ajudam a posicionar Vila Nova de Famalicão como uma das maiores e mais pujantes economias do país e a impulsionar o ADN empreendedor do concelho.